sexta-feira, 4 de abril de 2008

preconceito brasileiro.

As vezes, eu conheço um espanhol que me diz: "Mira, yo tengo un amigo brasileño... voy a presentarte a él". No fundo, no fundo, eu não quero conhecer. É preconceito, eu sei. Aí, quando faço a negação, faz um cara de estranhamento e me faz uma pergunta que é tão difícil responder com as devidas palavras.
"Olha, é que... bem... hm... os brasileiros que vêm para cá são o oposto do que eu sou." Bem, não é uma resposta boa.
"Os do meu país que decidem imigrar para a Espanha (ou qualquer outra parte do primeiro mundo), querem fazer a vida, ganhar dinheiro e mandar para a família... não que eu tenha algo contra isso, só que é um povo sem cultura, com menos de 2400 palavras no vocabulário e que manter uma conversação que seja ao menos interessante é difícil." Acho que está melhor explicado, mas o sentimento num dá pra explicar com palavras.

Tentarei explicar:
Estava eu na academia e outro dia, fiz amizade com um brasileiro. Ontem, como quem não quer nada, só pra conversar, fui perguntar o que ele fazia aqui. Sua resposta: "Ganho dinheiro!" "Uhn, trabalhando em quê?" "Eu não trabalho, ganho dinheiro." "E como ganha dinheiro?" "Fazendo nada". Bem, talvez lendo isso que eu escrevi, haja um tom de coleguismo ou de ironia simpática, mas não, havia um ar de superior na fala dele, como se ele fosse melhor, mesmo sendo um ilegal aqui e lá fui eu "tipo, oi, espera aí que eu vou colocar meu fone pra não ouvir mais sua voz, bjo(não)meliga." Sim, me subiu o ego e retruquei, mesmo que internamente.

Deu pra entender?

De qualquer jeito, eu continuo com meu preconceito, mas é um preconceito vazio, oco, porque na verdade, eu não desisto de falar português com um conterrâneo.

Um comentário:

Dani Sylvestre disse...

Para evitar perrengues: qdo der saudades de falar portugues, fale comigo pelo MSN.