quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

fábulas (8).

Da série "Pequenas Fábulas e Suas Bobas Morais":



Laura Schnaider decidiu fazer aulas de trapézio. O grande problema é que ela morre de medo de altura. A garota, que mora no último andar de seu prédio, já que era o único lugar vago, não sai nem na pequena varandinha com grades que seu apartamento possui, tamanha é sua vertigem. Logo, imagine você a paúra que ela sente ao estar suspensa só pelas suas mãos. Mas ela quer vencer isso. Tomou coragem e chamou um exorcista.

Laura Schnaider, em uma vida passada, foi um trapezista suicida.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

nina.

Decidi ouvir Nina Simone, depois de conversar com o Diego sobre relacionamentos, com a Laura sobre a vontade de ficar na cama e com a Tatiana que não conseguia fazer um video funcionar.

Com um fone na orelha e outro para fora, porque eu tenho que estar atento se alguém fala comigo no escritório, comecei a ouvir o instrumental de sua música e três minutos depois, nada da bela voz da negra americana.

Coloquei o outro fone na orelha e ele está quebrado. Quer dizer, sendo todo o album em estéreo, não posso escutar sua protagonista.

Que fazer?

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

chôu: arctic monkeys.

Um concerto compacto, sem muitas interrupções nem interações com o público. Rápido e eficiente, cumprindo a que veio. Foi assim, resumindo em algumas frases, a segunda apresentação da banda Arctic Monkeys em Paris no dia 6 de novembro, no Le Zenith, para promover seu terceiro disco, "Humbug".

As cortinas se abriram por volta das 9 horas da noite, revelando toda a banda que começava a tocar a oitava música do último album: "Dance Little Liar".

Só fazia parte do cenário a bela iluminação feita com refletores, que tomavam uma posição a cada faixa, por trás dos músicos. Havia também o grande refletor frontal, usual em shows de grande porte, que provocava a sombra deles em um tecido branco no fundo do palco. E nas laterais, dois telões em formato retangular vertical mostravam o que acontecia, de perto, para aqueles que estavam longe. Diga-se de passagem que as imagens ali mostradas tinham dois tons de cores que mudavam acompanhando a luz do cenário vindas de câmeras de vigilância instaladas perto da banda.

Como já foi muito falado, a banda vem amadurecendo, "Humbug" é um disco mais sóbrio, mas duro e menos feliz que os dois anteriores e aqui, eles se apresentam com o cabelo na cara, escondendo o olhar, não querendo mostrar que viraram adultos. O show apresenta 9 canções novas e 10 de "Whatever People Say I Am, That's What I'm Not" e "Favorite Worst Nightmare". Pontos altos em "I Bet You Look Good On The Dancefloor", talvez a mais conhecida da banda; "Do Me a Favour", com seus belos versos; e "Secret Door", uma balada roqueira que, em sua metade, durante a apresentação, recebia uma explosão e uma chuva de papéis, lindo.

Senti falta de "The Bad Thing", do segundo trabalho e da faixa mais dançante dos macacos: "Dancing Shoes", saí de lá, com meus calçados para dançar frustrados.

Um bom show, contrário do que me diziam, que os Arctic Monkeys não eram bons ao vivo. São secos, rápidos, mas competentes. Frios, como bons macacos do ártico.

Setlist:
1. Dance Little Liar
2. Brianstorm
3. This House Is A Circus
4. Still Take You Home
5. I Bet You Look Good On The Dancefloor
6. Sketchead
7. My Propeller
8. Crying Lightning
9. Dangerous Animals
10. The View From The Afternoon
11. Cornerstone
12. If You Were There, Beware
13. Pretty Visitors
14. The Jeweller's Hands
15. Do Me A Favour
16. When The Sun Goes Down
17. Secret Door
Bis:
18. Fluorescent Adolescent
19. 505

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

foda.

Só queria deixar claro que, ainda que seja um comentário completamente sem lugar e até anacrônico, e eu penso que devo começar a educar meus queridos leitores, Roberto Carlos é foda. E quem não acha isso que se foda! Obrigado.



UPDATE: E o Caetano também (que é o maior cantor-compositor do Brasil e tenho dito!).



(mudando o nome do blog pra "pé na música")

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

e o vento levou.

Ai de quem negar que ela é uma das atrizes mais interessantes, bonitas e sexys do mundo. Com sua boca carnuda e seus, geralmente, cabelos loiros, já trabalhou com diretores consagrados como Woody Allen, Sofia Coppola, Christopher Nolan, Brian de Palma e claro (/ironia) Michael Bay (o culpado por "Transformers"). E isso tudo porque ela (ainda) só tem 24 anos.

Scarlett Johansson tem 34 filmes no currículo. E o próximo será a continuação do sucesso de 2008, "Homem de Ferro 2", onde aparece com uma cabelereira ruiva, interpretando a Viúva Negra.

Porém, para não fugir nunca mais do eterno tema, venho aqui pra comentar sobre a estrela de cinema não, quero falar da sua carreira musical.

Scarlett lançou o disco "Anywhere I Lay My Head", no ano passado, com músicas de Tom Waits. Ouvi uma ou outra vez e não gostei muito. Mas resolvi dar outra chance à nova cantora escutando "Break-Up", que ela gravou com Pete Yorn. E a maioria das faixas, todas compostas por ele (com exceção para um cover de Chris Bell, "I Am The Cosmos", de 78), me cativaram. Tem alguma coisa na voz de Scarlett que usa todos os atributos físicos e mesmo os dramáticos dela.

Destaque para esta:


Ela só precisa ter uma pouco mais de atitude, onde está toda a sua desenvoltura, hein, Scarlett?

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

horchata.

Horchata é uma bebida feita de chufa, uma planta que dá na Espanha, nos arredores de Valencia, a única cidade grande e turística que eu visitei quando morei naquele país (tirando Madri, claro). Minha tia morava lá, fazendo doutorado em Espeleologia e eu fui visitar algumas vezes.

Porém, a primeira vez que eu experimentei desse líquido que parece um pouco leite, porém de origem vegetal, foi na capital espanhola mesmo, em julho de 2008, naquele calor infernal da "meseta", apresentado pelo "horchato" Diego Bacaicoa: "hum, que rica la horchata!"

É uma bebida para provar. Ou você gosta ou você detesta. E se você quer mais, corre o risco de enjoar.

E agora eu estou aqui, numa terra que não tem horchata e me bateu uma saudade. Ah!

Falei tudo isso, para não fugir da tradição e continuar também apresentando as primeiras músicas de trabalho dos futuros cds de gente que eu gosto.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

décima primeira dimensão.

Esse blog tá começando a virar um reduto de música (dos sete posts anteriores, apenas um não era relacionado com esse assunto). Não estou reclamando, afinal a música permeia meu ser, desde eu, como disse no texto anterior, querer fazer parte do Alphabeat, até meu pai que é sambista profissional.

"Oh, eu tenho música saindo das minhas mãos, dos meus pés e dos meus beijos, whoo."

E esse novo artigo, que digito agora, não poderia ser diferente. Mudando somente o gênero. Saindo um pouco do pop (que, quando bem feito, é minha paixão), e chegando no rock, na verdade, numa coisa mais eletrônica proveniente de lá.

O primeiro single do novo disco do líder do Strokes, que já foi meu grupo favorito em uma época, Julian Casablancas. Não somente por ele dar a voz à banda, essa sua nova entrega parece um pouco as músicas que ele fazia em grupo, agora com sintetizadores. Com seu jeito melancólica, ele se sai muito bem assim como o projeto de seu colega Fabrizio Moretti, o Little Joy. Uma letra sem muito sentido lógico, com uso de primeira e terceira pessoas, o que importa é a melodia e sua forma de cantar, e claro, o uso de um riffzinho viciante por baixo da voz cuidadosamente preguiçosa.

Para tocar em qualquer clubinho de rock e dar uma sensação boa na pista de dança.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

alfavideo.

Ok, eu sei que falei deles demais. Mas é que nesses últimos tempos que todos estamos vivendo, eles são para mim, a banda mais cool do planeta. Com sua evolução dos 80 para os 90, eu precisava mostrar o clipe novo, porque eu quero mostrar pra todo mundo (que lê esse blog) que existe vida inteligente no pop, certo?

Com vocês, pela terceira vez em menos de um mês, Alphabeat:



É por culpa dessa banda que eu tenho um fetiche por dinamarqueses, por isso eu pergunto: há como negar o charme da vocalista Stine Bramsen com seu vestidinho de paetês ou a fofura do cara que canta, chamado Anders SG, com seu jeitinho meio retardado?

Eu quero ter uma banda como essa, quero me vestir como eles e quero fazer música divertida e com boas influências igual.

Que viva a Dinamarca!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

bebê.

Quero ser chamado de Michael Jackson, não. Nem pensem coisas más de mim. Nem mandem fechar o blog por pedofilia... mas oi? Não é o bebê mais lindo que você já viu em toda a sua vida?

Parabéns, Renault, por espalhar essa publicidade por Paris e me colocar um sorriso de felicidade todos as manhãs que pego o metrô.

Tem outra foto de uma menininha fazendo uma dancinha.



Que meu filho nasça com o mesmo tanto de fofura, por favor!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

realeza.

Madonna já é figurinha carimbada nesse blog. Tanto é que, dentre pessoas, ela é a tag com o maior número de posts. E eu não poderia deixar passar essa homenagem que ela fez ao Rei do Pop, Michael Jackson, no VMA 2009 da MTV americana.

Ouvindo a Rainha contar que foi jantar com o Jacko e depois assistiu um filme com ele, como duas crianças, imaginei essas duas figuras juntas em um mesmo recinto e, se alguém teve a oportunidade de ver isso de fora, deve ter saído mudado dali. Nesse momento do discurso da Madge que eu senti uma dorzinha no peito e me emocionei.

Aqui eis o video pra quem não viu:


Vida longa ao Rei!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

feitiço pop.

Dezenove de outubro é a grande data para "The Spell", o segundo disco da banda dinamarquesa Alphabeat. Depois de flertar com as influências oitenteras, desde "Footloose" de Kenny Loggins até "Lust for Life" de Iggy Pop, eles evoluem para a década seguinte. São os 90 que entram em jogo agora.

Abaixo, coloco para audição o novo single, que tem o mesmo nome do album e repare no riff de piano com poucas notas, na entradinha do vocal de Anders SG, ao estilo de "Boyfriend", do cd anterior, no meio da cantoria da Stine Bramsen. Se você colocar esse tema ao lado de "Fascination", vai ver a grande evolução musical e temporal por qual eles passaram, "The Spell" é uma amostra do novo rumo que a música pop deve tomar, junto com o novo de Mika, "We Are Golden".

Nada descartável, enlatado e fake como Lady Gaga, David Guetta e Britney Spears.

Alphabeat é pop puro e genuíno, no melhor sentido da palavra.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

fracasso.

Eu só queria expressar aqui o meu descontentamento com o dia de ontem. Eu nunca tive um dia com experiências cinematográficas tão fracassadas.

"Sita sings the Blues" - Uma animação americana sobre um fato indiano. Fui ao cinema assistir e, apesar do filme não ser de todo mal, animado inteiramente por sua diretora, depois de uma hora de projeção, decidi fechar os olhos um pouquinho, sono bateu e acordei com os créditos subindo. Isso é, fiquei sem saber o final.

"Dans Paris" - Saindo do cinema, uma amiga me liga dizendo que está ali perto, numa projeção ao ar livre desse filme de Christophe Honoré (o mesmo diretor de "Les Chansons d'Amour"), inteiramente em francês, claro que eu entendi 5%, já que eu ainda, vergonhosamente depois de 8 meses morando "dans paris", não falo a língua.

Fracasso... que isso não se repita!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

batida alfa.

O que foi pra mim a melhor banda de 2008 (e que continuará sendo de 2009) acaba de divulgar como será sua nova fase: azul!

Quer cor melhor que essa? Ainda bem que eles vêm assim, minha cor preferida impregnou minha banda favorita.

Com seu pop genuíno, o grupo dinamarquês lança um novo disco em setembro e eu não vejo a hora de ouvi-lo. Ainda mais porque seguramente, eles virão à Paris fazer show e eu estarei na primeira fila acompanhando the word in their lips.

Fascinação: é o que eu tenho por essa gente!

Update: e sempre vou agradecer à Marina por ter me indicado no começo do ano passado!

domingo, 16 de agosto de 2009

canções.

Hoje, assisti o filme "Les Chansons d'Amour" de Christophe Honoré. É um belo filme e escrevi o seguinte como um pequeno review, no aplicativo Flixter do Facebook:

"Com uma linda fotografia azulada, que fielmente mostra Paris no inverno, "Les Chansons d'Amour" é um veículo e tanto para mostrar o genuí­no charme francês de Louis Garrel.
A direção de Chritophe Honoré é simples e bonita, com claras influências de Godard e Truffaut.
Por incrível que pareça, me deu vontade de viver os torturantes frio e chuva que essa cidade proporciona entre dezembro e abril. Que venham logo, acompanhados de belas canções como as de Alex Beaupain."



E lembrei de um dia que estava conversando com um colega de trabalho, Damien, e ele me disse que o Garrel estudou na mesma escola que ele, uma série acima.

"No Licée, ele era um cara normal e agora só porque ele tá no cinema, tá cheio de mulher em cima dele!"

Aham, Damien, só por isso... vai achando.


segunda-feira, 10 de agosto de 2009

paris. parte 1.

Deitado na minha cama, terminei de ler, pela terceira vez, o livro "Blecaute", de Marcelo Rubens Paiva. Como todas as vezes que eu acabei com as últimas palavras dessa obra, me senti sozinho no mundo. Achando que todo mundo havia parado, como estátua e eu era o único ser respirando. Decidi levantar da cama. Era um sábado de agosto e depois de acordar do transe de finalizar a leitura de um livro, agradeci a mim mesmo que era um dia de folga do trabalho.

Já de pé, saindo do meio beliche que eu durmo quase todas as noites, me encostei na janela para olhar o horizonte de edifícios. O sol das três da tarde fazia um reflexo na estátua dourada do pequeno anjo no monumento da Bastilha e logo atrás, a magnitude da Torre Eiffel. Sim, é Paris na minha frente. Que bonita! Muitas vezes me peguei não acreditando estar aqui.
O silêncio reinava em toda a cidade. Nada mais natural. Mês de férias, verão, bom tempo. E eu preso em casa, preso pela preguiça de sair, de não ter com quem falar.

Fui até o armário, todo bagunçado, assim como o quarto. Tenho que lavar roupa, pensei. Busquei qualquer camiseta que estivesse por ali e tirei uma com o triângulo da bandeira do Estado de Minas Gerais. "Libertas Quae Sera Tamen". Mesmo que seja tarde, preciso sair daqui.
Descendo as escadas, me lembrei que não havia trancado a porta. Nenhum dos meus vizinhos estava em casa, mas mesmo assim me deu uma paranóia e tive que voltar os três lances. Oito andares depois, cheguei à rua.

E como sempre, nada de diferente. Tudo parado.



(continua...)

sexta-feira, 10 de julho de 2009

chôu: madonna, parte 2.

Mais uma vez, lá estive. Porém, agora, consegui ficar há um metro e meio da mulher mais famosa do mundo, aquela que nem é necessário dizer o sobrenome para que a reconheçam: Madonna.

Depois de ir ao Stade de France, em Paris, ver o show da primeira parte da "Sticky and Sweet Tour", fui ao Palais de Sports Bercy, na mesma cidade, ver a segunda etapa da mesma turnê. Agora, para tentar ficar mais perto, tentar ver quantas rugas ela tem no rosto (nenhuma, todas escondidas por sua pele de plástico), ver se o cuspe dela chega em mim enquanto ela canta (não aconteceu) ou mesmo uma troca de olhares (em vão, também).

O que deu pra ver foi uma Madonna careteira, animada e feliz. Madonna é realmente linda e atrai os olhares de todo mundo. Esteja fazendo suas coreografias, cantando desafinada ou cagando no palco (ok, ela não chegou a esse ponto).

Por um lado, ficar perto demais é uma desvantagem quando você quer cair no conto do vigário de que ela canta todas as músicas. Mentira! No concerto anterior que eu fui, lá no estádio, fiquei bem longe e a impressão que dava era que ela soltava a voz em todas as músicas... mas não! Nas canções mais animadas, tem sempre uma faixa que a ajuda a playbackear, ela até tenta cantar, mas as vezes (como no caso de "4 Minutes"), seria melhor deixar o cd rolando ao fundo mesmo e fingir, ao invés de sair do tom toda hora.

A performance de "Devil Wouldn't Recognize You" é sem dúvida a mais bonita de todas e parou todo o ginásio. Todo mundo aplaudindo de pé, foi bem prazeroso.

Agora, uma das coisas que mais me deu orgulho de gostar da cantora foi a homenagem que esta fez ao seu co-monarca do Pop. As homenagens, quero dizer. Enquanto toca "Holiday" (sai "Heartbeat" e entra esse clássico, ótima troca), tudo pára, entra um dançarino vestido com chapéu, rabinho de cavalo, jaqueta de brilhos e calça preta, e dança, chuta o ar e faz o moonwalk, ao som de "Billie Jean" e "Wanna Be Startin' Somethin'", público vai abaixo quando ele termina e a Rainha grita: "Vamos celebrar um dos maiores artistas que o mundo já viu: Michael Jackson... Vida longa ao Rei". Pena que ele morreu, Madonna, pena! No fim da melhor performance do espetáculo: "Like a Prayer", o telão mostra a seguinte frase: “If you want to make the world a better place, take a look at yourself and make the change. Michael Jackson". E para terminar, em "Give it 2 Me", todos, inclusive ela, entram no palco com a famosa luvinha de lantejoulas na mão direita. Obrigado, Madonna, por me fazer te adorar mais e mais. (UPDATE: depois que o "Game Over" aparece escrito no telão e a tia some por trás do palco, começa a tocar, como música ambiente "Don't Stop Till Get Enough" do álbum "Off The Wall" - aquela famosa música que toca na abertura do "Video Show", da Globo, sabe?).

Da trilha de Evita, a Rainha canta "You Must Love Me" e ela nem precisa pedir, a galera já está gritando, com seu sotaque francês: "Madonná! Madonná!"

Eu fiz uma super cobertura da espera do show começar pelo twitter e por isso, infelizmente, minha bateria acabou e eu não pude tirar sequer uma foto da véia. Triste. E feliz, ao mesmo tempo, pude registrar tudinho com meus olhos e com minha emoção. E para provar que lá estive, ficou só essa fotinho:

quarta-feira, 8 de julho de 2009

agradecimento.

O primeiro trabalho que Francisco viu do diretor parisiense François Truffaut foi "A Noite Americana". Ali em um finado cinema da cidade de São Paulo, na rua Augusta do lado Jardins. Era alguma edição da Mostra Internacional e, por acaso, este entrou numa sessão em película do que viria ser o seu filme preferido de todos os tempos. Sua paixão o fez querer ver toda a filmografia do diretor que carregava a versão francesa de seu nome e o que te fato quase ocorreu, lhe faltando alguns poucos.

"Beijos Proibidos", "Domicílio Conjugal", "Amor em Fuga", "Um Só Pecado", "A Sereia do Mississipi", "Atirem no Pianista", "Na Idade da Inocência", "Jules e Jim", "O Garoto Selvagem", "O Homem Que Amava as Mulheres", "A Mulher do Lado",…

Quase todos, Francisco viu no também passado Top Cine, um cinema de pulgas que ficava numa galeria na Avenida Paulista, mas pelo rapaz considerado o melhor de São Paulo, por ter uma boa programação.

Muito influenciado por seu xará, Francisco sempre quis conhecer Paris e quando finalmente ele foi, uma emoção muito forte tomou o seu corpo. Ele estava ali, na terra do, que poderia chamar seu, ídolo, alguém que, se ele acreditasse em vidas passadas, gostaria de ter sido.

O arrebatamento foi tanto que Francisco decidiu mudar-se para a capital francesa e depois de dois meses sem conseguir alugar um lugar para chamar de seu, este foi ao túmulo de François e ali ficou, por algumas horas. Nesse tempo, mesmo sendo demasiado racional e cético, Francisco pediu ao diretor francês, uma ajuda para encontrar um teto, oferecendo em troca uma rosa.

Por felicidade e espanto de Francisco, François ouviu sua prece e, sem alguma explicação que não fosse sobrenatural, lhe concedeu um pequeno apartamento através de uma amiga dos pais de Francisco. Claramente ali tinha uma mão de François.

Francisco, mesmo descrente do auxílio de François, decidiu não levar uma rosa e sim um lírio, por ele considerada uma flor mais bonita. E deixou ali, no mármore escuro, mentalizando um "obrigado".

Três meses já se passaram e Francisco Bianchi vem por meio desta agradecer, mais uma vez, a François Truffaut.

terça-feira, 7 de julho de 2009

chiant.

Tirando aquele que todos já sabem ser o colega de trabalho mais chato que o mundo já gerou, em junho, uma estagiária entrou para começar na revista.

Eu sempre fiz a maquetação, com a ajuda da diretora de redação, de um pequeno jornal de uma competição equestre que rola durante todo o ano na França, mas com a chegada da menina nova, esta passou o labor para a novata me passar. Ô menina chata da porra, cara! Além de ficar me perguntando a cada cinco minutos se eu já terminei, muitas vezes ela fica olhando por detrás do meu ombro para a minha tela, para se certificar que eu estou fazendo.

Ela sossegou quando eu comecei a dar umas cortadas.

Daí que ontem eu tinha que terminar o tal do jornal e quando eu cheguei, vi que ela não estava. Abro meu email e tem um dela, dizendo que estava doente e que me mandaria de sua casa. Na hora, eu não pude evitar de pensar o já bom e velho (e superusado) "Aham, Claudia". Contei pra uma amiga essa historia aí e disse: "Dou minha mão pra cortarem se essa menina está de cama!" "Cuidado pra não te amputarem, hein!" "Quanto voce quer valer, que amanhã, dia que o chefe convidou todo mundo pro haras dele, a mina vai chegar aqui, vivinha da silva, sem nem fingir um espirro?"

E cá que o amanhã chegou e ela está aqui. Sem nenhum sintoma aparente. Só esperando pra gente sair daqui a pouco. Chata pra caralho!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

rei.

Muito se falou na morte do Michael Jackson. E eu claro, gostaria de me pronunciar e demonstrar minha tristeza de não ter visto o cara dançar ao vivo e de saber que nada de novo virá mais (o que é mentira, já que dizem que ele deixou mais de 100 canções prontas e o ensaio dos shows previstos pra Londres foram gravados).

Lembro do meu irmão, quando a gente era pequeno, me ensinando a dar o chutinho do Jacko. Também me vêem à cabeça a época do show dele no Morumbi, 1993, e eu com 8 anos combinando com meu pai de eu subir no ombro dele, cobrir seu rosto e fingir que eu era adulto, já que a idade mínima era 11. Quando o Rei do Pop veio ao Brasil, a MTV e muitas outras emissoras passavam vários especiais e eu gravei todos em VHS, me recordo de ver muitas e muitas e muitas vezes.

Foi como um baque receber a notícia de sua morte. Como eu disse no Facebook: "Madonna, por favor, não ouse ser a próxima". Se a morte do Michael já foi bem devastante para mim, imagine quando a tia véia morrer...

Muitos videos foram mostrados agora que ele se foi, mas um que eu acho que pouca gente se lembra é o do Marcos Mion zoando com o clipe de "Beat It", no programa Piores Clipes do Mundo. Aqui vai:



Uma pena que o reinado acabou. Deixará saudades.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

crise.

Crise:
- Não ter dinheiro.
- Ter que pedir grana emprestada.
- Trabalhar demais.
- Dormir pouco.
- Não ter amigos em Paris.
- Não ter com quem conversar.
- Morar nessa cidade morta. De gente morta. De relações mortas.
- Auto-estima menos dez, quando ninguém quer te ver.
- Não ter um amor pra compartilhar.
- Calor do Saara/chuva que não pára.
- Brigar com os pais.

Vai passar, afinal, o livro da Polly, "Vacaciones", tá aí pra mostrar que a gente pode dar a volta por cima... mas e a preguiça? Quero que o fim dessa merda chegue logo e dessa vez, não vou mover um fio de cabelo. Ele que caia no meu colo ou bata na minha porta já!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

cartazes.

Nas minhas andanças por blogs e sites, enquanto não tenho nada para fazer nesse escritório, encontrei esse blog/portifolio, chamado Film the Blanks, de um cara que não assina os trabalhos. Espero saber quem é (se alguém achar, me avisa).

Uma idéia simples e ele a executa de uma forma muito bonita. Deixa ali, através dos pixels só a marca principal de cada pôster de cinema. E como todo mundo sabe, sou apaixonado por todos eles.

Aqui abaixo, deixo uns exemplos, dos mais legais.






ressaca.

Continuando a minha saga por reclamar desse mal humorado país, hoje reservei minha entrada na pré-estréia de "The Hangover", uma comédia americana sobre uns caras que vão pra Las Vegas numa despedida de solteiro, passam "aquela" noite e no dia seguinte só problemas. Típico. Meu ingresso é gratuito, já que tenho o cartão do cinema, que, com 20 euros por mês, posso assistir qualquer filme a qualquer hora, quantas vezes quiser. Vejo todos (em inglês, espanhol e português... já que, em francês, ainda é difícil).

Não venho por meio desta, falar sobre o filme (apesar de mais abaixo, eu colocar o trailer, que parece divertido e tem o Andy de "The Office") e sim do fato do filme ser intitulado aqui, na França, de "Very Bad Trip". Oi?

Por que trocar o nome do filme, que já é inglês, por outro na mesma língua? Por que não "Geule de bois"?

Vai entender.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

discos.

Em maio foi sancionada uma lei aqui na França que condena com um ano de distância a internet todos aqueles que fizerem downloads ilegais. Me parece que vai entrar em vigor em setembro. Bem, até lá, eu tenho 2 meses antes de começar a pedir para os amigos na Espanha e no Brasil me enviarem cds gravados com os arquivos que eu quero.

E, depois de passar um pouco o vício na Lily Allen, estou escutando bastante três bandas inglesas (que, claro, eu baixei os cds) e coloco aqui os links de download de seus respectivos albuns.

Late of the Pier - "Fantasy Black Channel" - download
Apesar de formada em 2004, só gravou o primeiro trabalho em 2008. Tem uma influência electro com rock. A música que eu mais gosto, no momento, tem um clipe com estilo caseiro e um riff como refrão bem pegajoso: "Space and the Woods".
Como identificou o Bruno, é uma mistura de MGMT com Franz Ferdinand.

Friendly Fires - "Friendly Fires" - download
Também lançou o disco no ano passado, quase na mesma época (a de cima em agosto e essa em setembro), se parecem quando usam o eletrônico como base. O que eu gosto nessa, principalmente na faixa que abre o album, é o uso de percussão. Sem contar que tem uma música chamada "Paris" que o vocalista Ed Macfarlane canta que um dia vai viver nessa cidade (mal sabe ele que não é toda essa maravilha que pintam por aí).

The Rumble Strips - "Welcome To The Walk Alone" - download
Vejo essa como a mais artística, abusando de melodias bonitas. A voz do Henry Clark parece um pouco de Robert Smith, do The Cure. E um outro instrumento pouco usado em bandas de rock (como os tambores no grupo de acima) é o naipe de metais, que dá um toque leve. "Daniel" e "Back Bone" são os destaques.

Nunca fui disso, de disponibilizar troca de arquivos. Por um lado sou contra, afinal acho que artistas têm mais é que ganhar dinheiro, mas aí que está, com venda de cds, quem ganha é gravadora. Enfim, se não fosse por baixar arquivos, não teria chegado a mim muitas coisas boas, então, deixe chegar a ti essas que eu te sugiro e comente o que achou.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

pá direita.

Tenho reclamado muito, eu sei. Mas é praticamente impossível não me queixar, morando na cidade do mau humor.

Paris é linda. Não há como negar. Porém, o mesmo não pode ser dito da personalidade de seus habitantes. Depois de voltar de Amsterdam, Holanda e ver que os dutchs são um povo alegre, acolhedor e calmo, acostumar-se com a rotina parisiense é muito difícil. As pessoas aqui são realmente blasés, chatas e constantemente com a pá virada 24 horas por dia.

Um exemplo disso é a zeladora do prédio onde fica a agência que eu trabalho. Todos os dias, eu chegava de manhã e (mesmo se eu não estivesse de bom humor) abria um sorriso e lhe dizia "bonjour", ela sempre me respondeu com uma cara fechada e séria. Até hoje, que eu me peguei fazendo a mesma coisa, dizendo o "bom dia" em sua língua com o mesmo semblante sem vida.

Por favor, senhor, não me deixe influenciar por esses franceses insuportáveis!

(Update: Ontem, estava na porta do prédio e vi que essa senhora ia sair. Abri gentilmente pra ela sair e, pela primeira vez em 3 meses, vi ela sorrir e agradecer.)

quinta-feira, 4 de junho de 2009

direitos.

Minha amiga Luanne Araújo esteve há pouco em Londres e me enviou essa foto da revista New London editada lá.

(Errata - na verdade, eu não sei se é editada lá... as palavras escritas na capa estão em francês e a manchete da foto diz: "Eu estou sufocando em Paris! Para mim, o ar de Londres!" - bem o que se passa aqui comigo agora.)

Sem querer achar que o mundo gira em torno do meu umbigo, mas... como eu fiquei muito tempo com essa foto no Facebook, não duvido nada que alguém tenha visto e reproduzido. Até o moletom tem a mesma cor, cara.

"Luanne, liga lá na redação e pede nossos royalties."


Né não?

quinta-feira, 14 de maio de 2009

infelicidade.

O cartaz é até bonito. Mas, entrando pro hall de nomes como "Meu Primeiro Amor 2", o desse filme é bem infeliz, hein...


Ok, é uma música do Erasmos Carlos, mas né? Poderiam ter escolhido outro trecho da letra do Tremendão.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

chôu: lily allen.

Difícil seria fazer uma crítica do show, colocando de lado o fato de eu ter viciado em sua música. Mas por sorte, eu não sou desses que fecha os olhos e, mesmo gostando muito dos dois cds da cantora, algumas coisas não me agradaram e claro, outras foram incríveis. Na verdade, eu tenho que confessar que a minha necessidade de ir a um concerto, onde as canções são tocadas no momento, era tão grande que, quando eu soube que a Lily Allen vinha se apresentar em Paris, eu conhecendo somente uma música sua, decidi que iria escutar todo seu repertório para, se eu gostasse, talvez ir à La Cigale, mesmo estando esgotado. Tentei a sorte e deu certo.

Consegui ingresso através de uma mensagem que deixei no Last.fm, uma menina viu e me vendeu.

Depois de um atraso de uma hora e meia, entre isso, um DJ vaiado, Lily entrou no palco, cantando "Everyone's At It", a primeixa faixa do segundo album da cantora "It's Not Me, It's You". Seguiu com duas músicas não conhecidas deste mesmo trabalho e continuou nesse clima de homogeniedade até alcançar uma hora de show.

Ao mesmo tempo que Lily, com sua blusa preta, sem sutiã mostrando o bico do peito, é fofa e se mostra simpática a maior parte do tempo, em outro não inova e cada canção parece repetitiva mesmo quando são melodias completamente distintas.

Não há pirotecnia e não é um grande espetáculo, como suas companheiras de trabalho costumam fazer, o que é uma vantagem, já que privilegia sua voz que, apesar dos 3 ou 4 cigarros que ela fumou durante a apresentação, não desafinou em sequer um momento. E uma grande qualidade de Lily é manter um pequeno sorriso enquanto canta suas composições, o que mostra uma grande felicidade de estar ali e isso é passado para o público.

Pena que tudo isso não é suficiente e o show se torna arrastado em suas duas primeiras partes, até ela começar a cantar "Not Fair", que aqui perde muito sem a ajuda das backing vocals na gravação original, seguida de "Fuck You", a primeira a realmente empolgar a platéia, todos com o dedo médio levantado pro alto, pena que se tratava da última música.

Claro que para o bis, ela voltou, com talvez seus dois grandes hits: "Smile" e "The Fear". Mas é engraçado notar que a canção que mais levantou o público não é sua e sim a versão de "Womanizer" de Britney Spears. Pelo menos, alguém realmente canta essa música, já que a princesinha do pop, em sua "Circus Tour" nada mais faz que dublar.

Em um resumo geral, Lily Allen não segura um show inteiro sozinha, ainda falta um pouco mais de experiência em suas apresentações, mas pelo menos, ela está dando a cara a tapa, o que já merece o ingresso.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

regravações.

Ultimamente eu tenho escutado bastante a Lily Allen, talvez porque eu tenha decidido com a teimosia advinda do meu signo, que eu vou ao seu show, no dia 6 de maio, mesmo estando esgotado. Vou até a porta tentar ingresso, já que no show do The Last Shadow Puppets eu consegui pelo mesmo preço da bilheteria com o cambista.

Escrevi tudo isso para dizer que a cantora, como todos sabem fez uma versão de "Womanizer", da Britney Spears (música do momento, todo mundo cantando e gravando) e eu sempre quis redigir um post com as versões que eu mais gosto.

- Essa já é uma canção antiga, porém continua muito boa, chamada "SexyBack" do Justin Timberlake e o Rock Plaza Central gravou transformando num folk meio triste com um corinho de fundo.

- Alex Turner mostra que adora cantar músicas dos outros quando gravou "You Know I'm No Good" da Amy Winehouse, com seu grupo Arctic Monkeys. Com sua voz fascinante e charmosa e fazendo um eu-lírico feminino (que muitos cantores, como Samuel Rosa em "Beleza Pura" do Caetano Veloso, não teve coragem de fazer).

- De novo, Turner, agora com os Puppets, acompanhado de Miles Kane, soltou a voz em uma releitura de um hit da Rihanna: "S.O.S.". De novo, não se importando com sua masculinidade, o que mostra que para ele a arte é mais do que os valores morais.

- Logo, a cantora negra que ouviu os roqueiros gravarem um cover de sua música, fez uma apresentação ao vivo, no Fashion Rocks 2008, de "Vogue" da Madonna. Com toda sua fantasia carnavalesca, legalzinha, mas que não acrescentou nada à original.

E para terminar, claro que há muito mais regravações incríveis pipocando por aí, mas eu deixo um video de três cantores, Mia, Usher e Whitney Houston, soltando a voz numa homenagem ultra especial ao Rei do Pop Michael Jackson, em "Wanna Be Startin' Somethin'".

E depois do show da Lily, eu faço um post review dizendo como foi... boa escuta pop!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

ela.

Citando o início de "Os Incompreendidos", do muitas vezes citado aqui François Truffaut, quero dizer algo: uma das razões de eu amar estar em Paris é o fato de que as vezes estou caminhando pela rua, assim, como quem não quer nada e no vão entre dois prédios a vejo, linda e exuberante, ela, só ela, o símbolo máximo da cidade, do país, do continente e talvez do mundo. E levo um susto tão bom que me enche de felicidade por dentro.

E pensar que esses parisinos tontos e chatos já se acostumaram e nem reparam mais em sua magnitude. Pufff!

Ainda bem que o meu xará cineasta nunca cansou dela e fez esse início simples, porém cheio de significados, para seu primeiro filme.

Viver em Paris é ser observado todos os dias pela Torre Eiffel.


quarta-feira, 25 de março de 2009

efeitos posteriores.

Duas vinhetas de produtoras ficticias que eu criei:





(esse segundo foi em homenagem à Tati e seus estudos de cinema em Paris)

para lá.

A começar pelo poster, que tem um design lindo, lembrando os créditos iniciais de "Juno". Seguindo pelo diretor Sam Mendes, que nunca fez um filme realmente ruim ("Beleza Americana", "Soldado Anônimo" e "Foi Apenas Um Sonho"). Logo, os atores: John Krasinski (o Jim da série "The Office") e Maya Rudolph (do "Saturday Night Life" e pra mim, mais conhecida pelo video "Dick in a Box" com participaçao do Justin Timberlake). E pra finalizar um roteiro interessante sobre uma viagem e um bebê por vir, com todo esse tom de filme independente.

domingo, 15 de março de 2009

truffaut.

Outro dia, quis descobrir onde estava enterrado o meu cineasta preferido e ídolo e xará François Truffaut. Procurei na Wikipedia e vi fotos de seu túmulo, no Flickr, que fica no Cemitério de Montmartre.

Decidi ir até lá, querendo visitar todo o local, já que há outros nomes como Stendhal, Alexandre Dumas e Émile Zola (seus restos foram levados para o Pantheon) dividindo a mesma terra com o diretor francês.

Desde o primeiro segundo que vi a placa de mármore com a simples inscrição "François Truffaut 1932 - 1984", me bateu uma tristeza de ter ali a prova física de que a morte dele por um tumor no cérebro foi real. E não pude sair da frente ou de perto do que foi seu último destino. Ficou uma infelicidade que me fez lacrimejar...

A minha felicidade virá essa noite, quando eu revir "Os Incompreendidos", que faz 50 anos de lançamento esse ano.

terça-feira, 10 de março de 2009

teto.

Parei na frente do Palácio dos Inválidos, aquele que abriga o túmulo do Napoleão Bonaparte, sentei, fumei um cigarro e tudo que pedi foi para que minha mãe estivesse ali comigo. Não só pelo fato de poder ter sua companhia nessa cidade linda e sim, porque nessas horas, preciso de um colo que só o materno pode sustentar e me ajudar.

Arranjar lugar para morar nesse lugar só não é 100% impossível porque, se você tem dinheiro, você consegue. Mas para alguém como eu, que quase não tem onde cair morto, que recebe uma ninharia no trabalho e que não tem ninguém capaz de ser meu fiador, esse número tá perto de chegar na centena.

Que povinho mais chato. Se você pensa em vir morar na Europa, eu desaconselho completamente Paris. Vá para Madri, onde é muito mais fácil. Lá, você vê um anúncio, ligou, visitou, gostou, tem dinheiro pra pagar o usual um mês de caução que te pedem, pronto, já tem teto para dormir. Aqui, é necessário apresentar contrato de trabalho, pessoa com um salário alto e três vezes maior que o preço do aluguel e conta do banco (que aliás, é super reduntante: para ter uma conta, você precisa ter uma casa, um endereço... para ter um endereço, você precisa ter uma conta do banco... oi?).

E agora eu estou aqui, numa casa que já quer me chutar, com todos os meus pertences, sem ter onde ir porque ninguém quer me alugar uma porra de um apê.

Se pelo menos, esses franceses fossem um pouco menos... franceses, eu estaria mais feliz.

terça-feira, 3 de março de 2009

deus.

Eu tenho Twitter e adoro. É uma forma de expressar pequenos sentimentos, frases de efeitos e divagações inusitadas.

Esses dias tinha uma matéria do UOL sobre esses pequenos blogs, mostrando os fakes e divertidos. Entre os muitos, como o famoso de @vitorfasano e @darthvader havia o d'@OCriador, o Deus todo poderoso, com suas frases de efeito e notas divinas cheias de humor negro.

O background dele o convida para ir ao SAC Divino. O Serviço de Atendimento ao Cliente de Deus é completamente gargalhante e de uma genialidade ímpar em suas respostas. As piadas não perdoam ninguém e deixo aqui um exemplo disso. Imperdível.

"Ramad said, on Novembro 6th, 2008 at 8:36 am

Deus, o que vc tem contra os homossexuais?

@Ramad

DST’s.

O Supremo."

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

foto.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

são paulo.


arte: francisco bianchi

que saudades!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

ensaio.

Ola, Pablo.

Assisti a "Ensaio Sobre A Cegueira" ontem. Depois de ler o livro, tive que baixar o filme, versao DVDrip, atitude que possa parecer antietica, porem estou na França e o meio mais facil de nao deixar de ver é esse.

Falei isso, porque baixei a legenda tambem e curiosamente era uma editada para a versao do cinema, com a traducao da narracao feita pelo personagem do Danny Glover. Coisa que achei esquisita, ja que, nao havia ninguem falando. Acho que o Meirelles ouviu sua voz. E realmente concordo, achei sem sentido nenhum aquelas duas narracoes, mesmo na minha versao de DVD, aparecerem.

Sempre que vejo um filme, corro pra ver sua critica, e concordo contigo nesse filme. So discordo que achei o ritmo um pouco lento (mesmo eu tendo muita vontade de ver, depois de ler o livro) e infelizmente ha alguma coisa que falta na aflicao e na cegueira passadas pelo original de Saramago.

Apesar de, para mim, ser a maior das artes, o cinema nao consegue superar a leitura de um bom texto.

Abraço,
Francisco Bianchi

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

mau.

Eu falei que aprendi a respeitar melhor as outras pessoas. Mas parece que meu mau humor nao. Quando estou nesse estado, é como se fosse esquizofrenia: nada de bancar o bonzinho.

Pedi dez tiquetes de metrô na bilheteria, cada um custa 1,60, os dez juntos têm desconto, fica 11,40. Dei duas notas de 10 e a mulher me deu um troco de 9,10. Faça as contas… quem falou que eu devolvi? Se fosse outro dia, nem ia me aproveitar.

Ontem, cozinhei um macarrao pra trazer pro trabalho, coloquei num tupperware e trouxe. Nao tem microondas aqui, entao, comi frio mesmo. Estava asqueroso e vomitante. Joguei metade fora, sem pensar nas crianças famintas morrendo.

Terminei meus trabalhos aqui, ninguem me passou mais. Eu nao vou sair perguntando se alguem précisa de algo. Eles que venham me pedir. Quanto menos coisas para fazer melhor e nao estou afim hoje de ser o funcionario interessado e prestativo.

So espero que todo mundo tenha aprendido com minha declaraçao sobre o respeito e me respeite quando minha outra faceta se apoderou de mim.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

escritorio.

Estou trabalhando numa agência de comunicaçao de esportes équestres, em Paris. Apesar de ser uma carga horaria fora da lei (ja que a legislaçao francesa diz que todo trabalho tem que ter 35 horas semanais), trabalhando das 9 as 19 (nove horas por dia), é um ambiente légal. Pelo menos tentam me ensinar essa lingua dificil, posso ficar no GTalk e MSN e claro, escrever no blog.

Aqui temos um cara que acabou de sair da adolescencia, deve ter seus 20 anos e se acha meio engraçado e responsavel, coisa que nem é. Na real, é meio chato.

Ha um cara que me lembra o Jean-Pierre Léaud, ator fetiche do diretor François Truffaut, com uns 30 anos.

Tem uma francesinha do interior, toda caretinha, de cabelos longos e loiros. E do lado dela senta a diretora de redaçao que é toda meio moderninha. Contraste.

O chefe fica num mesanino, e isso deve fazer ele se sentir melhor que os outros, so porque ele tem uma empresa tendo a mesma idade que seus funcionarios. Ele é meio prepotente, mas pelo menos fala ingles e espanhol.

Entre outros, eu fico aqui, ouvindo frances todos os dias ao meu redor, esperando que a policia invada dizendo : « Vamo parando com essa putaria… cês nao estao no Brasil… trabalho aqui so 7 horas por dia ! »

domingo, 8 de fevereiro de 2009

respeito.

Uma vez, eu escrevi um texto dizendo que eu, como ser humano, mudei depois de morar na Europa. Não digo para bem ou para o mal, ou com um ar de prepotência, mas meu respeito pelo outro se modificou.

O filme "A Troca" ("Changeling", no original) não fala só sobre a luta de uma mãe, interpretada corretamente por Angelina Jolie, em encontrar seu filho. Ele mostra o quanto o homem pode ser falho, pode ser intolerante, pode não respeitar o próximo à favor de seus benefícios.

E o fato de eu ter me transformado, no que considero ser um jovem mais consciente do "cada um no seu cada um" (como minha mãe sempre diz), me fez sentir nojo nos personagens retratados no filme de Clint Eastwood. Diretor que me supreende, já que sempre o julguei conservador, fazendo películas não só sobre patriotismo ou "american way of life" ou westerns, quando se mostra sensível ao guiar suas musas e compor uma trilha sonora que sussurra aos seus protagonistas a tristeza e, ao mesmo tempo, esperança.

Eu tenho esperança. Espero que um dia todos aqueles meninos que me chamavam de "viado" no colégio percebam um grande trauma que eles me provocaram, e transmitem a seus filhos uma educação diferente. Espero que todas aquelas pessoas que sujavam as ruas com os flyers que eu lhes dava em Madri, notem, em uma próxima vez, a lixeira que fica dois passos à frente. Espero que eu possa voltar pro Brasil e seja um pouquinho melhor de quando eu o deixei.

Se um dia eu tiver um filho, algo que está nos meus planos futuros, a única coisa que eu vou ensinar, decida ele ser jogador de futebol, físico ou artista plástico, é ter respeito.

Respeito.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

histórias.

Tô com uma mania nova: sempre que eu vou ali fora, na porta do prédio onde fica a revista que eu estou trabalhando, na Avenue Gambetta, tomar um ar, eu fico vendo esses parisinos caminhando pela rua e imaginando o que cada um está indo fazer e/ou pensando... e é divertido.

Se passa um velhinho caminhando devagar, com uma sacolinha na m
ão e a cabeça baixa, me vem à mente ele indo comprar laranjas no mercado que fica ali em cima, triste porque teve que sair de casa e comprar a fruta para ter Vitamina C no seu corpinho falho evitando uma gripe nesse frio. Será que foi isso mesmo?

Uma mulher com suas rugas passou por mim, com roupas um pouco hippies, mas ajustadas para o urbano, usava um
óculos vermelho e imaginei ela indo para casa, a sala cheia de plantas, sentada na cadeira diante de uma mesa, escrevendo em um caderno e de repente, seu gato Pierre pula em seu colo e pede carinho, ela se inspira com o gesto do animal e continua a se expressar no papel...

Ou um senhor de uns 45-50 anos, que passou na outra calçada, todo empertigado, com ar triufante e bem vestido, seu grande casaco, caminhando com ar sério, mas escondendo por tr
ás do olhar uma felicidade de ter acabado de transar com sua amante durante seu horário de trabalho e indo buscar seus pertences no escritório, para logo ter um jantar convencional e silencioso com sua esposa em algum restaurante qualquer. Ficarei com essa dúvida.

A única coisa que me irrita é não saber como as hist
órias terminam. Mas tudo bem, o que interessa mesmo é exercitar a imaginação.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

de novo.

Para a felicidade geral da população mundial de fãs e, ainda mais, da conta bancária da véia, está confirmado: Madonna volta para a segunda parte da turnê Sticky And Sweet. Passará por cidades da Europa, tais como Paris e Madrid e segue para Ásia e Oceania. Não, o Brasil não estará de novo no roteiro da loira (e também, tá todo mundo saturado dela no território tupiniquim).

Madonna já entrou pro Guinness Book como a cantora que mais lucrou com uma série de shows e agora, pelo visto, quer mudar isso e ser a pessoa que mais ganhou dinheiro com uma turnê.

Seja na capital francesa ou na capital espanhola, eu estarei lá (de novo), na frentonna, para sentir o cuspe enquanto ela desafina em "Heartbeat" (se é que ela vai cantar essa, já que rola um boato de que não será tão focado no último disco "Hard Candy", coisa que me alegra um montão).

Vem, Madonna, give it 2 me! Yeah!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

dois mil e doze.

Há muito tempo, o Fantástico, sim, aquele programa da Rede Globo, mostrou uma matéria sobre um tal aí que dizia ter decodificado a Bíblia, encontrando previsões de todas as coisas que já aconteceram e as que vão acontecer, como a Terceira Guerra Mundial e, claro, o Fim do Mundo. Com meus, sei lá, 14 anos, não consegui dormir essa noite.

Eu tenho mó medão de que tudo isso acabe. E aí vem essas histórias maias aí, mais profecias de Nostradamus, os segredos de Fátima e o escambau, e me deixam com mais pavor. Me disseram que haverão uns escolhidos, pessoas que não morrerão e que sobreviverão à grande tragédia, mas eu acho que isso é só balela para aqueles que tiverem mais sorte e estiverem no lugar certo na hora certa. Então, me conta aí que é que vai acontecer (cometa, tsunami, ets...), pra eu estar protegido, faz favor.

Enfim, 2012 está aí (como mostra o trailer abaixo e um post que eu já escrevi aqui) e, certeza que, antes de eu morrer, vou conhecer a Ásia e a Oceania. Beijo, tchau!



Ah, eu adoro filmes-catástrofe!

querida.

Faz alguns dias que eu tenho uma dor de garganta e ela não passa. Talvez, seja o frio que chegou abrupto a Madri, ou então, o cigarro de enrolar que ficou forte demais, ou o fato de eu ter perdido meus dois cachecóis em Paris e ter desascostumado a andar na rua sem enrolar nada no pescoço.

Hoje, antes de deitar, eu fiz um chá, para esquentar a garganta e esperar que quando eu acorde, minha dor tenha passado. Peguei uma panelinha vermelha que tem aqui em casa, bonitinha e calejada, em que nela só cabe a dose de um copo, coloquei água para esquentar e fiquei ali, aguardando.

Enquanto eu colocava o saquinho de camomila e um pouco do mel, que cristalizou dentro do pote, na caneca, percebi que a pequena panela estava tremendo. Pela física o fenômeno seria explicado pela ebulicão da substância, mas para mim, naquele momento, era como se a panelinha queria mostrar que nervosa, ansiosa, cheia de dúvidas e literalmente, a ponto de explodir. Foi então que, com um instinto amigável, coloquei a mão no cabo de plástico e com esta, a abracei e fiz carinho. Quando soltei, a panelinha estava quietinha, calminha e feliz, com seu conteúdo fervendo e pronto para ser despejado no outro recipiente.

Bebi o chá, me aconcheguei na cama, coloquei o computador na barriga e escrevi essa histórinha, esperando que, depois de dormir, quando estiver sonhando, alguém faça um cafuné na minha cabeça pra me afastar desses nervos, essas ânsias, essas dúvidas e essa iminente explosão.

domingo, 25 de janeiro de 2009

favelado milionário.


Uma pitada de referências pop, com um pouco de decupagem brega, mais um tantinho de músicas indianas, daonde vem, claro, uma porção cheia de Bollywood e uma alternância acertada entre hindu e inglês, Danny Boyle faz de "Slumdog Millionaire" (na tradução brasileira "Quem Quer Ser Um Milionário?", um belo filme, com cenas memoráveis e a emoção do primeiro "Show do Milhão" (lembra?).

(Música do trailer: The Ting Tings, "Great DJ", que nada tem a ver com o filme e nem com sua trilha sonora.)

Prefira ir ao cinema, assistir essa película do diretor de um dos meus filmes preferidos ("Trainspotting"), que assistir as estripulias ridículas de Gloria Pérez e sua "Caminho das Índias", por favor.

domingo, 18 de janeiro de 2009

salão.

pops diz:
o que ela faz ai?
Francisco diz:
cinema.
pops diz:
cinema em paris, chato.
Francisco diz:
pois é.
Francisco diz:
Me interessa estudar aqui, hoje fui no Salão do Cinema e tinha um monte de stands de escolas, fui perguntar por informações (em inglês) e levei uns 3 "NÃOS" na cara falando que SÓ se eu falasse francês. Com toda a delicadeza desse país, não me deixando nem tempo de dizer: "olha, eu vou aprender a BOSTA do seu idioma, porra!" Saí de lá querendo ir correndo (literalmente) pra Espanha.
Francisco diz:
acabei de escrever um post do meu blog pra você.
pops diz:
ahhhhh : )
pops diz:
franceses sao uó

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

chôu: little joy.

A grande reclamação que eu ouvi depois da apresentação do Little Joy, na La Maroquinerie, foi que foi um show curto demais. Talvez, isso seja um elogio, já que as pessoas estavam tão fascinadas pela simpatia dos três integrantes (e até da meio songa-melancólica-morta Binki Shapiro) que nem viram o tempo passar.

Eu também não percebi os quarenta ou cinquenta minutos passando, foi tudo muito rápido. Então, quiçá meu único protesto é que eu não aproveitei o concerto tanto quanto queria, como percebi depois que este acabou. Seja culpa deles ou minha, eu desejava ter vivenciado mais, cantado mais e dançado mais.

Fabrizio Moretti estava completamente inspirado e piadista, conversava com o público, bebia sua cerveja e se concentrava em sua música e sua guitarra. A mesma energia vinda de Rodrigo Amarante, com suas veias do pescoço e da testa saltando de emoção, que parecia se divertir com cara folk saído de seus instrumentos. Só senti falta de uma liderança sua como vocalista e frontman. E a garota, já citada, Binki Shapiro, ao contrário do que sempre me pareceu nos videos da banda, estava alegre, sorria e zoou a própria cara quando deixou cair cerveja no vestido, pegou o microfone e disse: "olha, só queria dizer que a breja espirrou, não estou molhadinha."

As músicas mais agitadinhas (exemplo: "No One's Better Sake", "How to Hang a Warhol" e "Brand New Start"), quando tocadas, levavam o público, de mais ou menos 250 pessoas, à baixo. E as mais lentas emocionaram, como o começo tocante tendo só o Amarante no palco, tocando seu violão e cantando "Evaporar".

Um espetáculo imperdível, que apesar de curto, poderia valer muito mais que 70 reais.

novela.

Era treze de janeiro de dois mil e oito nove e Maria Marta ainda não tinha os dois ingressos que precisava para entrar ao concerto de uma banda que ela mal conhecia, só tinha ouvido falar de seus integrantes: um era vocalista e guitarrista de uma banda conhecida em seu país, os outros eram o baterista de um grupo de rock famoso em todo o mundo e sua namorada. Os três formavam o Little Joy!

Então, Maria Marta combinou com seu amigo Francisco Mariano de se encontrarem numa grande loja de departamentos, mais conhecida como FNAC para que a garota comprasse os ingressos seu e de sua irmã. Os dois se encontraram lá, mas naquele local, já não tinha mais entradas para o show. Foram até o magazin concorrente e se depararam com o mesmo destino. Nada. Esgotado. Casa cheia. E agora? O que Maria Marta e Francisco Mariano iam fazer?

Paris, dia chuvoso. Aquela garoinha chata que não passa. A única alternativa que apareceu na mente de Francisco Mariano era ir até o auditório onde seria realizado o espetáculo e tentar comprar ali, porque afinal, seria o único lugar que haveria de ter entradas ainda. E lá foram eles, de metrô, até a La Maroquinerie, afastado, mas ainda dentro da capital francesa. Buscaram e procuraram, até que chegaram à rua e viram o letreiro indicando que era ali.

Francisco Mariano e Maria Marta entraram no pequeno hall-corredor e deram de cara com Fabrizio Moretti (sim, o tal famoso da bateria e integrante do Little Joy) conversando com um cara qualquer. Foi então que Francisco Mariano perguntou pra ele (assim, sem mostrar deslumbramento, sem mostrar que sabia seu nome, afinal, essa gente quer que os trate como se você não os conhecesse, não?): "ainda tem ingresso?" "Pô, não sei... deixa eu perguntar pro produtor... Is it sold out? Yeah? Ok!" Então, Rodrigo Amarante (este, companheiro de banda e do vocal/guitarra da outra) ouvindo tudo, se aprochegou e disse: "Ah! A gente coloca vocês na lista..." "Eu já tenho ingresso, mas ela não." Foi assim que Maria Marta, com o cavalheirismo e simpatia dos dois integrantes do grupo de folk, ganhou dois convites para o concerto da noite. Todos eles se despediram com a breve chegada de Binki Shapiro (a namorada integrante também do Little Joy) e eles se foram.

Francisco Mariano e Maria Marta não teriam a mesma sorte, se tivessem chegado cinco minutos depois, mas ficaram muito felizes e já tinham a certeza de ter o palco montado para o que seguramente lhes esperava: um show maravilhoso!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

coringa.

Todo mundo já falou, já comentou e agora já odeia (afinal, é popular) "The Dark Knight" (ou na versão brasileira "Batman - O Cavaleiro das Trevas"). Mas eu vou continuar falando, comentando e não odiando um dos melhores filmes do ano passado e com certeza, a mais bem realizada adaptação de um personagem de história em quadrinhos.

Ontem, por uma coincidência um tanto quanto macabra ou talvez, obra do inconsciente, assisti pela terceira vez ao filme. Tudo isso, porque quando escolhi vê-lo, não pensava que poderia ser uma homenagem ao Globo de Ouro conquistado pelo Heath Ledger. E depois das quase duas horas e meia de película, continuo afirmando... o filme é do caralho!

Eu disse que tô querendo instaurar o Coringa em Paris, talvez o fato de rever, era um pedido do meu cérebro querendo inspiração para isso.

(melhor plano do filme, sintetiza todo o caos do personagem)

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

róliudiano.

Hoje, um passarinho verde-amarelo-azul-e-vermelho (leia-se Google), me informou que uma pessoa em West Hollywood, California, entrou nesse blog que você está lendo. Sim, um leitor é da terra do cinema, cara... que emoção! Por isso, a seguir vai um pedido especial para essa pessoa querida:

Hello! If you, citizen of West Hollywood, are insisting in reading my blog, think about clicking in the banner of my portfolio and spread it to your city. If you get me a job in anything concerning cinema, graphic arts and design, I'll be super thankful. See ya!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

quatro vezes vinte mais dez.

Saí de casa, peguei a chave da bicicleta (dessas que alugam por 30 minutos em Paris) que o Diego achou na rua e fui dar uma volta por aí. Passei na frente de uma loja dessas de comics, cheia de bonequinhos, livros de cinema e coisas para nerds. Resolvi parar e ver o que eles tinham para oferecer. Vi uma estátua do Coringa, com roupa violeta, máscara de palhaço e sua maquiagem, tudo imitando o personagem de Heath Ledger no filme "The Dark Knight". Custava 90 euros e eu pensei: "Quando eu ganhar meu primeiro salário, vou comprar para ter na minha mesa de designer".

Abri a porta da loja, para a rua, subi na bicicleta, estava indo em direção à Notre Dame, para parar um pouco ali e ver a vista. E em cada semáforo vermelho que eu passava, eu seguia as leis dos automóveis (algo que todo velocista deve fazer nessa cidade cheia de "magrelas"), parando e esperando a luz verde aparecer. Chegando perto da catedral, atravessei uma rua sem reparar no farol, que estava dizendo que era proibido, para quem estava na minha via, passar naquele instante. Um carro acelerou e eu desci da bicicleta, pedindo desculpas, porque não havia visto e levando meu transporte nas mãos, já que tinha feito algo errado.

Foi aí que vi um policial vesgo vindo em minha direção. Na hora, não pensava que ele queria era me encher o saco, afinal, ele também olhava para uma das torres da igreja. Pois era comigo mesmo, me dizendo em francês que eu tinha feito um grave delito e que eu tinha que pagar uma multa de, como na língua deles, 4 vezes 20 mais 10 euros. Eu pedi perdão, implorei por um fiapo de jeitinho brasileiro na alma dele, mas a sua companheira policial, vaca que só ela, fazia cara feia para minhas súplicas. Me levaram para a delegacia e eu morrendo de medo deles descobrirem que a bicicleta tinha sido achada na rua. Lá dentro, me fizeram pagar a conta, mesmo com o tira estrábico duvidando se era 22 ou 90 euros, e a querida cadela policial dizendo "noventa, noventa!".

Eu paguei o preço da minha desejada estátuazinha do Coringa. Saindo de lá, dizendo "merci beaucoup" com uma olhada severa para a puta de uniforme (era só o que eu podia fazer, já que ela que "tem o poder"), e desejando que eu fosse o vilão maquiado, assim, eu teria a coragem de explodir aquele prédio ou matar toda aquela gente. Paris não tem Batman, estou pensando em tirar a maquiagem da gaveta...