quinta-feira, 22 de maio de 2008

coisa normal.

Madri é uma cidade tão linda.

Todas as vezes que ando por ela, vejo as coisas como se fosse a primeira vez. Há tanta coisa para descobrir. Tantas ruazinhas, tantos becos, tantos prédios. E mesmo que eu passe pela mesma via mil vezes, por exemplo a que eu moro, não me deixo tomar por a experiência já vivida e me surpreendo com o que consigo enxergar. Já falei, sou empirista.

Lembro que quando cheguei na Itália, em um já longínquo setembro de 2007, estava com o casal que me ajudou a fazer a cidadania. Caminhávamos em frente ao grande Castelo de Milão. Seus milhões de tijolos fazem esse edifício (no original Castello Sforzesco) uma grande obra do homem. E se espanta quem chega ali e vê essa grande morada de um rei.
Ele (com um ar de prepotência) - Ah, esse castelo pra gente, que vive aqui, já é coisa normal.
Eu (retruquei) - Como pode ser normal? Não se pode acostumar com as coisas assim.
Me recordo que fiquei orgulhoso de mim. E até hoje, acredito no que eu disse. Das trilhones de vezes que tive que voltar pra essa maldita cidade, passei diversas vezes por essa construção e nunca me pareceu comum, sempre a vi com olhos diferentes em cada vez.

Madri, para mim, nunca vai ser "coisa normal".


3 comentários:

Dani Sylvestre disse...

Este na foto é o "Coisa Normal"?

Fazia tempo que eu não fazia uma visita, né?

Recebeu a foto?

Helena disse...

concordo com voce e fico feliz que voce tenha postado este tema. tem alguns monumentos, naturais ou antropicos, que me impressionam a cada vez que os olho. é claro que a gente nao tem a oportunidde de ver mais de uma vez a mesma "coisa", mas quando isso acontece, como os edificios ou as árvores de sua própria rua, é muito bom poder ver com o olho de amanha, diferente do olho de ontem, a mesma "coisa" que a cada dia te estremesse de maneira diferente a alma.

Maria Renata disse...

mas sabe que, transportando isso pra sampa, nada acontece no meu coração qdo atravesso a ipiranga com a são joão, e sim qdo passo na frente do masp. sempre penso, "caralho, o masp, como o masp pode ser cotidiano pra alguém?"
beijos, querido!