terça-feira, 30 de setembro de 2008

pertencer.

"Vicky Cristina Barcelona", do Woody Allen, é um filme com espírito bem espanhol. Desde o príncipio, com sua bela fotografia com paleta sépia de Javier Aguirresarobe (que fez de muitos outros filmes da Espanha: "Mar Adentro" do Amenábar e "Fale Com Ela" do Almodóvar), os 96 minutos de projeção mostram todo o ar desse país.

Vicky, interpretada por Rebecca Hall, é uma racional. Cristina, papel de Scarlett Johansson, emotiva. Penélope Cruz, uma louca. E Javier Bardem, se esbalda no seu harém.

Não quero entrar em detalhes do filme aqui e nem fazer uma crítica. O que eu quero falar é o que o filme me gerou em determinado momento.

Situar tudo: eu moro em Madrid, Espanha. Apesar de ser rodado em Barcelona, é Hollywoodiano, porém retratando, claro, o país que vivo e que em 10 dias, farei um ano de residência aqui. Na primeira cena de Penélope, ela entra com um diálogo em espanhol, proferindo ao personagem de Javier. Eu não pude evitar ter um sentimento de felicidade ao me sentir inserido na cultura daqui, ao ver dois atores espanhóis ali, na tela. É uma sensação difícil de descrever, mas pode ser mais ou menos explicado quando um brasileiro ver o Rodrigo Santoro em "Lost" ou a Alice Braga em "Eu Sou A Lenda". Uma vontade de vê-los mais, de gozar com suas atuações e de compartilhar com eles, não de forma materna, claro, o mesmo idioma.

Eu pertenço a esse lugar e ele já faz parte de mim.

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