quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

quatro vezes vinte mais dez.

Saí de casa, peguei a chave da bicicleta (dessas que alugam por 30 minutos em Paris) que o Diego achou na rua e fui dar uma volta por aí. Passei na frente de uma loja dessas de comics, cheia de bonequinhos, livros de cinema e coisas para nerds. Resolvi parar e ver o que eles tinham para oferecer. Vi uma estátua do Coringa, com roupa violeta, máscara de palhaço e sua maquiagem, tudo imitando o personagem de Heath Ledger no filme "The Dark Knight". Custava 90 euros e eu pensei: "Quando eu ganhar meu primeiro salário, vou comprar para ter na minha mesa de designer".

Abri a porta da loja, para a rua, subi na bicicleta, estava indo em direção à Notre Dame, para parar um pouco ali e ver a vista. E em cada semáforo vermelho que eu passava, eu seguia as leis dos automóveis (algo que todo velocista deve fazer nessa cidade cheia de "magrelas"), parando e esperando a luz verde aparecer. Chegando perto da catedral, atravessei uma rua sem reparar no farol, que estava dizendo que era proibido, para quem estava na minha via, passar naquele instante. Um carro acelerou e eu desci da bicicleta, pedindo desculpas, porque não havia visto e levando meu transporte nas mãos, já que tinha feito algo errado.

Foi aí que vi um policial vesgo vindo em minha direção. Na hora, não pensava que ele queria era me encher o saco, afinal, ele também olhava para uma das torres da igreja. Pois era comigo mesmo, me dizendo em francês que eu tinha feito um grave delito e que eu tinha que pagar uma multa de, como na língua deles, 4 vezes 20 mais 10 euros. Eu pedi perdão, implorei por um fiapo de jeitinho brasileiro na alma dele, mas a sua companheira policial, vaca que só ela, fazia cara feia para minhas súplicas. Me levaram para a delegacia e eu morrendo de medo deles descobrirem que a bicicleta tinha sido achada na rua. Lá dentro, me fizeram pagar a conta, mesmo com o tira estrábico duvidando se era 22 ou 90 euros, e a querida cadela policial dizendo "noventa, noventa!".

Eu paguei o preço da minha desejada estátuazinha do Coringa. Saindo de lá, dizendo "merci beaucoup" com uma olhada severa para a puta de uniforme (era só o que eu podia fazer, já que ela que "tem o poder"), e desejando que eu fosse o vilão maquiado, assim, eu teria a coragem de explodir aquele prédio ou matar toda aquela gente. Paris não tem Batman, estou pensando em tirar a maquiagem da gaveta...

4 comentários:

Dani Sylvestre disse...

QUE VACA!

Faz mto tempo que ela deu pela última vez e não deve ter corragem de comprar um vibrador!

Morte a vaca!

Luanne Araujo disse...

Cara, que bad, Chico, putz.

Mas ó, tá muito bem contado, viu. Adorei o ritmo.

Tsc, saco. =/

Clark disse...

fosse no Brasil..

o motorista te xingava.. vc xingava o motorista de volta..

e tá tudo certo.

Carolina Molina disse...

Ah, como assim? Tô passada. Por isso que eu digo que é melhor gastar o dinheiro antes que apareça outra coisa pior pra pagar (e por isso vivo endividada).

E falando nisso, ontem o Heath Leadger ganhou o Globo de Ouro, né?

bjs